Guia de turismo lança livro com causos inusitados que viveu em passeios pelo Ceará
O que poderia acontecer de inusitado durante uma viagem de férias? É fato que todo mundo tem uma história para contar. Mas, e se a pessoa que conduzisse um grupo de turismo contasse as diversas histórias que viu? Esse é o conteúdo de um livro produzido pela guia de turismo cearense Cibele Silva. No ramo há 30 anos, ela selecionou 88 contos bem humorados no livro “Pela estrada a fora… eu nunca fui sozinha”.
A maioria das histórias aconteceu em meio a excursões pelo litoral cearense. Muitas vezes, em situações inesperadas, engraçadas e trágicas. De forma leve e com humor, esquecimentos, traições, sonhos, desesperos e até falsa gravidez são temas de algumas das histórias.
“Eu sempre me apresento como a melhor amiga que eles podem ter na cidade. E, em alguns casos, realmente as amizades perduram até hoje”, exemplifica.
O que acontece no final de um dia de excursão em que um cliente mistura, durante o almoço, uma peixada completa com pirão e, de quebra, uma sobremesa de doce de coco verde com sorvete? Sim, pode dar uma má digestão. Mas, se ainda faltar duas horas e meia para chegar ao banheiro mais próximo?
O jeito foi utilizar o minúsculo banheiro do ônibus. Mas e quanto aos 40 passageiros que estavam a bordo, o que fazem? Essa é uma das histórias que podem ser conferidas no livro, além de uma criança esquecida por familiares e um motorista que interrompeu a viagem para socorrer um motoqueiro que estava em convulsão.
“Eu sou uma informante turística, fotógrafa, conselheira, amiga, advogada, enfermeira, babá, garçonete, caixa eletrônico”, brinca. Devido a amizade estabelecida, os turistas retornam à cidade, com famílias e amigos, mas com a condição de que Cibele seja a guia turística da turma. Entre os lugares mais recomendados por ela, estão as praias da Lagoinha, Mundaú e Canoa Quebrada. E para o entretenimento, shows de humor e forró.
“Trabalhar com os sonhos das pessoas exige muito mais que vontade, exige amor, dedicação e desprendimento. Um guia tem de ‘pôr a mão na massa’ e pensar no bem-estar de todos”. (Cibele Silva)
Para ela, o momento mais emocionante das viagens são as despedidas. “Quando sou aplaudida, abraçada e vejo o agradecimento nos olhos de alguns turistas”, afirma. Porém, essa afetividade também a comove em momentos difíceis. “O mais triste é quando eu tomo conhecimento da morte de um turista que foi meu passageiro no passado. A sensação é de que perdi um membro da minha família.
Pontos positivos e negativos de Fortaleza
“Falar da insegurança é algo quase obrigatório. Apesar de ouvirmos notícias sobre casos parecidos em qualquer lugar do país, Fortaleza está ficando cada vez mais em destaque, uma vez que a criminalidade cresceu muito nos últimos anos. Creio que seja algo que merece atenção das autoridades, e que deve ser lidado com urgência”, aponta.
Já como aspecto positivo, ela destaca a diversidade cultural e de entretenimento tanto para adultos quanto para crianças. A proximidade das praias e as novas rodovias também são mencionadas, além das belezas naturais conhecidas internacionalmente.
Com paixão pelo que faz, a profissão escolhida será também a que Cibele pretende se aposentar. Além disso, ela recomenda a área para jovens que queiram ingressar no turismo. “Sempre existirá oportunidades para guias de turismo no nosso estado. Nós precisamos de profissionais capacitados e que abracem a profissão”, finaliza.