As construções mais antigas do Ceará

As construções mais antigas do Ceará

As belas praias do Ceará encantam e atraem turista de todos os lugares do mundo. Entretanto, outra beleza que não ganha seu devido mérito são os patrimônios históricos.

Construções como o Museu do Ceará, Farol do Mucuripe e o Forte Nossa Senhora de Assunção são muito antigas, chegando até a fazer parte da história de vários municípios do estado e cultivam traços do neoclassicismo. A seguir, separamos algumas construções que valem a pena conhecer.

Forte Nossa Senhora da Assunção

Foi originalmente construído em 1649 pelo capitão holandês Matias Beck, e recebeu o nome de Fort Schoonenborch. Quando os holandeses foram expulsos do Brasil, os portugueses retomaram a região e renomearam o local para Fortaleza da Nossa Senhora de Assunção.

Em 1812, o Forte Nossa Senhora de Assunção caiu, e Manoel Inácio Sampaio começou a construir um novo que ficou pronto em 1825.  O nome da cidade se originou dos fortes que foram construídos ao redor da cidade. Isso faz com que a Fortaleza da Nossa Senhora de Assunção seja parte importante para a história da cidade.

A fortaleza foi reconstruída numerosas vezes, mas sua localização foi sempre a mesma. É sede da 10a. Região Militar do Exército Brasileiro desde 1942. Não é um atrativo amplamente divulgado, mas as visitas ao museu militar localizado dentro da fortificação e às áreas externas são permitidas

Para entrar no quartel, é necessário primeiramente conversar com o guarda de plantão, que direcionará os visitantes a um oficial. O oficial passará informações sobre quais locais que podem ser vistos, além uma de uma breve explicação da história.

Logo após as instruções e a autorização, os visitantes ficam livres para ir nos locais permitidos sem acompanhamento. O espaço liberado para visitas é limitado, pois a fortificação é ocupada em sua maioria por instalações do exército.

O museu é dedicado ao cearense General Antônio de Sampaio, que morreu heroicamente na Guerra do Paraguai. O corpo do general foi enterrado no forte, e seus pertences, como pistola, espada e medalhas estão atualmente em exposição.

Os fortes eram construídos estrategicamente para oferecerem uma visão um pouco mais ampla do mar. Assim, era possível avistar o inimigo mais rapidamente. Por isso, nas localidades externas é possível ter visão de parte do mar, além dos antigos canhões que ainda são mantidos.

Palácio Senador Alencar (Museu do Ceará)

Inicialmente, o Palácio Senador Alencar foi construído em homenagem ao Senador Alencar, pai do escritor brasileiro José de Alencar, em 1871.  A construção ainda possui traços do neoclassicismo, que é apresentado em suas janelas, colunas e frontão triangular.

A construção em si já é um exemplar arquitetônico, e um dos mais belos construídos no Ceará. Representa o marco oficial do estilo neoclássico brasileiro. No interior, possui grandes salões e uma sala de sessões que ocupa o edifício em toda sua dimensão.

Atualmente, o Museu do Ceará possui um acervo de cerca de 13 mil peças distribuídas em 3 coleções. Durante a ditadura, o prédio abrigava o Tribunal de Contas na parte de cima, e a Faculdade de Direito na parte de baixo.

Praça dos Mártires (Passeio Público)

Construída em 1890 no estilo neoclássico, a Praça dos Mártires, ou Passeio Público de Fortaleza como também é conhecida, é a praça mais antiga de Fortaleza.

Em 1940, foi reformada seguindo o modelo do Passeio Público do Rio de Janeiro. A origem da Praça dos Mártires data do século XVIII, e foi uma das primeiras praças de Fortaleza. O nome é por contado de se situar ao lado do Forte Schoonemborch, cujo foi construído a mando do Capitão Matias Beck.

Após acontecimentos históricos, a praça passou a ser chamada de Largo do Paiol, por conta do paiol de pólvora que se situava no ângulo atual da Santa Casa de Misericórdia. Já no século XIX, o lugar recebe o nome de Largo do Hospital da Caridade em homenagem a Santa Casa, que teve construção iniciada com o resto das esmolas doadas às vítimas da seca de 1845.

Foi então em 1879, que o vereador João Câmara renomeou a praça para Praça dos Mártires, cuja justificativa dizia: “em memória dos beneméritos cidadãos que ali foram sacrificados pela causa da liberdade”.

Essa última renomeação aconteceu a cerca de uma década antes da proclamação da república. A arborização e jardinagem da Praça dos Mártires só aconteceu em 1864.

Monumento Cristo Redentor

O Monumento Cristo Redentor foi inaugurado em 1922, e possui 35 m de altura, 3 m de circunferência e uma estátua de 2,70 m. O monumento foi construído em comemoração ao centenário da independência do Brasil. Uma capela funcionou na base do monumento logo após a inauguração do monumento, entretanto foi fechada após alguns anos.

Como fica a cerca de 44 metros acima do nível do mar, é considerado o posto. Possui uma escada espiralada com 115 degraus que dá acesso à plataforma.

A construção foi feita sobre a tutela do revmo. Padre Guilherme Waessen. Os artistas Antônio Machado, Rangel Sobrinho também trabalharam na construção do monumento, que posteriormente serviu de modelo a “Coluna de Julho” em Paris.

Em uma de suas faces, uma frase foi cravada. Nela, é possível ler: “1922 – Ao Cristo Redentor, por iniciativa do Círculo de Operários e Trabalhadores Católicos de São José e com a generosidade do povo do Ceará foi erigida essa coluna”.

Casa do Português

A Casa do Português foi construída em 1950, no município de Fortaleza, e é um dos casarões mais bonitos da cidade. Originalmente, o dono da casa era um um rico comerciante português chamado José Maria Cardoso.

Ele era dono de uma madeireira que fornecia lenha para diversos pontos do estado. De princípio, o local foi chamado de vila de Santo Antônio por conta da grande devoção que José Maria Cardoso possuía pelo santo.

Sua infraestrutura demonstra riqueza por conta de sua dimensão e arquitetura. A família a Cardoso nunca conseguiu ocupar todos os espaços da casa, por mais que possuísse muitos integrantes.

A Casa do Português já se tornou um cortiço, e é possível ainda observar traços do ambiente interior que remetem a isso, como os detalhes das “casas” que foram formadas ali.

Hoje, famílias ainda habitam o local e delimitam seu espaço no interior do casarão com pedaços de papelão e madeira. Os tijolos não são usados para dividir as casas para preservar o local.

A Casa do Português teve sua preservação solicitada pois é considerado referência na cidade. A necessidade disso ocorreu por conta de um processo de desfiguração do local que estava em andamento, mas que foi impedido em 2006.

Ao todo, o casarão possui 11 quartos e três banheiros. Foi sua robusta estrutura em concreto armado e dimensão que chamou a atenção de diversas pessoas da cidade de Fortaleza desde sua inauguração.

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