Cedro

Cedro

História

Cedro, Cedrinho de Açúcar, de um colosso vegetal passou à cidade, assim foi escrita sua história pela memória local; o nascedouro deste torrão amado entrelaça-se com o povoamento destas terras pelo branco europeu a partir já do último quartel dos anos 1600. Embora se saiba da chegada de vários deles, apenas no século seguinte foi possível documentar.

Foi por decreto de Dom Pedro II de Portugal, o qual proibia a criação de gado a menos de 10 léguas da costa, a fim de que se respeitassem as terras litorâneas para o plantio da cana-de-açúcar, que este promove as bases legais para interiorização da pecuária e do povoamento, iniciando a própria história do Cedro.

O território que compõe o município de Cedro fazia parte outrora das freguesias da Telha (Iguatu) e Icó, mas, principalmente, da bicentenária freguesia de São Vicente das Lavras, a qual englobava também os atuais Aurora, Baixio, Granjeiro, Ipaumirim, Umari, Várzea Alegre e a própria Lavras da Mangabeira.

As famílias pioneiras

O desenvolvimento dessas freguesias foi alavancado pelo movimento de interiorização do gado e pelo desbravamento de novas terras, antes, pela concessão de sesmarias por parte da Coroa Portuguesa, que proporcionou a instalação das fazendas de criar sob a tutela dos primitivos nomes de famílias que aqui aportaram, a saber: os Mendes Lobato e Lira, Coelho de Lemos, Pereira Pimentel, Barreto, Alves Lima, Duarte Pinheiro, Pereira, Rodrigues, Sales Lima, Pinheiro Torres, Pinto de Azevedo, Dias Quaresma, Lopes Gouveia, Gonçalves Viana, Aleixo de Mendonça, Nunes Torres, Ribeiro Campos, Rodrigues de Macedo, Bezerra da Silva, dentre outros.

Na construção da história de Cedro se destaca o grupo familiar dos Vieira da Costa, do qual também descende parte dos Araújo, Viana, Santos e Diniz, fixados no território a sudoeste da atual urbe de Cedro, e que viriam a dominar, política e economicamente, o município durante os séculos seguintes.

O nome Cedro

Sobre sua toponímia, é possível observar, sob a égide da Lei da Terra de 1850, que o “sítio Cedro” aparece com bastante frequência. E há duas hipóteses plausíveis para essa denominação: uma, é que uma frondosa Cedrela fissilis Vell tinha relativo destaque por sua vasta copa; outra, a grande densidade dessa Meliaceae no tal sítio.

Uma profecia concretizada

No ano de 1877, depois de outros possuidores, Cedro pertencia a José Lemos e a Manuel Pinheiro. José Lemos residia na chamada Fazenda Novo Horizonte. Já Manuel Pinheiro morava em uma casa de taipa, no local onde se situava a “Usina Cedro”, de Cortez, O Grady & Cia.

Há registros históricos de 1900 que apontam que o patriarca de Juazeiro do Norte, Padre Cícero Romão Batista, acompanhado de sua comitiva, parando na Fazenda Cedro, teve carinhosa acolhida por parte do Cel. João Cândido e de moradores, tendo passado parte do dia com a comunidade. Teria dito Padre Cícero, em um momento de descanso, recostado no alpendre da casa grande da fazenda e avistando o carnaubal, que ali haveria de nascer uma cidade. A notícia da profecia se espalhou rapidamente e, anos mais tarde, foi confirmada, com Cedro sendo elevada à cidade.

A história conta que no ano de 1908, o Cel. João Cândido da Costa comprou a fazenda Cedro, localizada nos territórios de Várzea Alegre e de Lavras da Mangabeira, onde passou a residir com familiares. Certamente não passava pelo seu pensamento que aquela pequena área de terra daria, anos depois, origem a uma cidade.

A Estrada de Ferro: a chegada do progresso

Um marco revolucionário para o município foi a construção da Estrada de Ferro de Baturité, no início do século XX, com a prossecução dos trabalhos da ferrovia que liga Fortaleza à cidade do Crato, acelerados em virtude da assistência governamental prestada aos flagelados da seca de 1915, que assolou o Ceará. Naquele momento, intensificou-se a construção do trecho entre as cidades de Iguatu e Lavras da Mangabeira. Para essa ligação, a Via Férrea teve que passar pela Fazenda Cedro, uma vez que a água do subsolo, ali, era abundante para o abastecimento das locomotivas movidas a vapor.

Construída a estação, deu-se a sua inauguração a 15 de novembro de 1916, ocasião que contou com a ilustre presença do Senador João Tomé de Sabóia e Silva.

A constituição do município de Cedro

A construção da Via Férrea levou muitos trabalhadores a fixar moradia nas áreas próximas à fazenda. Com a marcha progressiva em que vinha, Cedro, no dia 09 de julho de 1920, pela Lei Estadual nº 1.725, foi elevado à categoria de Vila pelo esforço do Senador João Tomé.

No mesmo ano e pela mesma Lei, foi fundado o seu Município, ficando o mesmo agregado à comarca de Lavras da Mangabeira até 1922, quando foi nomeado o seu primeiro juiz, o Dr. Juvêncio Joaquim de Santana.

A emancipação do município de Cedro foi oficializada em 21 de outubro de 1920, tendo como primeiro prefeito José Gabriel Diniz, que cumpriu mandato de 30 de outubro de 1920 a 10 de março de 1922.

Em 20 de maio de 1931, Cedro teve seu território ampliado pelo Decreto Estadual nº 193, que declarou extinto o município de Várzea Alegre, agregando-o às terras cedrenses.

Durante a gestão do Prefeito Antônio Leopoldo Serra, através do Decreto Estadual nº 1156, de 04 de dezembro de 1933, o município de Várzea Alegre foi restaurado, sendo, assim, desvinculado de Cedro.

Sua formação eclesiástica ocorreu a 07 de setembro de 1921, quando a freguesia foi criada sob a invocação de São João Batista, pertencendo a Diocese de Iguatu, tendo como primeiro pároco o Padre José Alves de Lima. Além da matriz na sede, havia dez capelas distritais.

A era do algodão

A ferrovia continuou sendo referência para o novo município, que, pouco tempo depois, viu sua economia em ascensão devido à produção de algodão, na metade do século XX.

Com terras férteis e larga capacidade de produção, o município se destacou na região e teve implantadas em seu território cinco usinas: “Usina Cedro” – fábrica de resíduos, óleos vegetais, sabão e de beneficiamento de algodão, de propriedade de Cortez, O “Grady & Cia”; “Usina Josué” – fábrica de beneficiamento de algodão, de Josué Alves Diniz; “Usina Montenegro” – fábrica de beneficiamento de algodão e arroz, de Montenegro & Cia; “Exportadora Cearense Ltda” – fábrica de beneficiamento de algodão e arroz, de F. Moreira de Azevedo e a “Usina Tabajara” que anos depois transformou-se na Cooperativa Agrícola e Industrial de Cedro – COCEDRO.

Cedro ficou conhecido como “Cedrinho de Açúcar” pelos habitantes da época, como um atestado de bondade e atração do lugar.

Com o natural desenvolvimento da cidade, a educação foi marcada pela construção de um prédio para abrigar o Senai – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, primeira escola profissionalizante da região. O Senai foi responsável pela preparação de muitos jovens cedrenses para o mercado de trabalho, tendo como público-alvo os adolescentes na faixa etária de 14 a 16 anos, com os cursos de Ajustador Mecânico, Torneiro Mecânico e Carpintaria. A escola do Senai foi extinta em 1973, com a transferência do depósito da RFFSA para o município de Iguatu, quando o Departamento Regional do Senai decidiu transferir os alunos e funcionários para o Centro de Juazeiro do Norte.

O desastre de 1963

Um dos episódios que marcou a história de Cedro foi registrado no dia 15 de março de 1963, quando a cidade foi inundada pelo rompimento da barragem de um açude de propriedade de Chico Ferreira, localizado no distrito de Assunção. Não suportando as águas das chuvas, a parede do reservatório rompeu, levando pânico à comunidade. Com o desastre, 223 casas foram danificadas e 191 famílias, somando 1.085 pessoas, foram deslocadas para as áreas mais altas da cidade.

Chitão é tradição

Em 1972, na gestão do Prefeito Rubens Bezerra de Albuquerque, foi criada a Festa do Chitão, realizada no mês de junho, por ocasião dos festejos do Padroeiro da cidade, São João Batista.

Os participantes vestiam-se a caráter junino, com homens trajando camisas estampadas e calças brancas e mulheres usando vestes estampadas. Ao longo do tempo, a festa ganhou força, recebendo em seu palco grandes atrações da música brasileira, como Alceu Valença e a dupla sertaneja Leandro e Leonardo. No início da década de 90, com a grande participação dos turistas das regiões Centro Sul e Cariri, tornou-se inviável a exigência dos referidos trajes.

A festa do Chitão continua sendo um momento muito aguardado pelos cedrenses. Em 2014, a Prefeitura reforçou os investimentos no evento e realizou uma festa grandiosa, com a presença da estrela Elba Ramalho e do cantor Chico Pessoa. Para retomar a tradição, foi realizado um animado concurso de trajes típicos.

Cedro no final do século XX

Ao final da década de 1980, houve grande eclosão da “praga do bicudo” e a extinção do trem passageiro, período em que Cedro viu suas usinas se transformarem em ruínas e seus campos serem ocupados por novas lavouras.

O cidadão cedrense, que antes vivenciava uma etapa favorável na geração de emprego e renda, passou a fazer parte da grande caravana nordestina que migrava à procura de emprego no sul e sudeste. Com isto, a agricultura familiar e a renda dos aposentados passaram a ser as principais fontes de economia do município.

José Batista Filho (Dois de Ouro), prefeito inovador e de visão ampla, priorizava para Cedro uma nova alternativa para atrair o comércio da região e, por isso, pleiteou, junto ao Deputado Federal Ubiratan Aguiar, a construção da terceira Escola Técnica Federal no Estado do Ceará, na cidade de Cedro. O sonho se tornou real com o início da obra em 23 de novembro de 1989 e a inauguração em 05 de dezembro de 1994, na administração de Francisco Nilson Alves Diniz. Foi também no governo do prefeito Dois de Ouro, em 04 de abril de 1990, que foi promulgada a Constituição do Município de Cedro.

A falta de água potável para o consumo humano constituía outro grande desafio para o município. A tão sonhada construção do Açude Ubaldinho, na divisa dos municípios de Cedro com Várzea Alegre, teve início na gestão do Prefeito Francisco Nilson Alves Diniz, em janeiro de 1996, e foi concluída no Governo de João Viana de Araújo, em março de 1999, atendendo às necessidades da sede urbana do município.

Expoentes de Cedro

O município se destaca por ser um nascedouro de grandes nomes do cenário político nacional e estadual, como o ex-Deputado Federal e ex-Ministro do TCU – Tribunal de Contas da União, Ubiratan Diniz de Aguiar; João Viana de Araújo, ex-Deputado Estadual e ex-Prefeito; Dr. Obi Viana Diniz, ex-Deputado Estadual e ex-Prefeito; Antônio Bitu dos Santos, ex-Deputado Estadual e ex-Prefeito; Guaracy Diniz de Aguiar, ex-Deputado Estadual e ex-Coordenador Regional da Fundação Nacional de Saúde no Ceará – FUNASA.

Destaca-se no ramo comercial, em nível nacional, o empresário cedrense Ivens Dias Branco, proprietário do Grupo M. Dias Branco, filho do português Manoel Dias Branco, que, na década de 30, implantou no Cedro a Padaria Portuguesa.

Cedro revigorado

Novamente, o município de Cedro passa a ser eixo comercial do Estado do Ceará, através da Rodovia Pe. Cícero, construída pelo governo do Estado do Ceará. A rodovia objetiva encurtar a distância entre a cidade de Juazeiro do Norte e a capital cearense – Fortaleza, passando pelo Cedro.

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